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Pastoral Escolar: Por que falar novamente em Educação?

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A Campanha da Fraternidade de 2022 nos chama a refletir mais uma vez sobre a educação. Apresentando o tema Fraternidade e Educação e o lema “Fala com sabedoria, ensina com amor” (Pr 31,26), a CNBB lança luzes sobre a necessidade de pensarmos o ato de educar como uma missão de todos e que traz como fruto o desenvolvimento de um povo mais fraterno, uma sociedade mais desenvolvida e justa. 

Outras duas edições da CF já abordaram esse tema, porém sempre há novos desafios a serem superados. No contexto atual, além das desigualdades sempre notadas na história de nosso país, temos os desdobramentos da pandemia de COVID-19 que aumentaram o fosso existente entre pobres e ricos. Houve uma barreira a ser superada pelas instituições de ensino: utilizar a tecnologia e novas metodologias para cumprir a distância as tarefas do ensino presencial, suprindo a dificuldade dos professores com investimento em capacitação. Mas não foi só isso: a falta de acesso de alunos e até de professores às ferramentas necessárias gerou uma desigualdade ainda maior entre as classes mais favorecidas e as mais necessitadas.

É necessário olharmos para o exemplo de Jesus; devemos sempre valorizar e priorizar a dignidade da pessoa humana, colocá-la no centro de nossas ações, dando-lhe condições de crescer através de uma proposta de educação fundamentada no humanismo solidário. Essa proposta, que é o objetivo geral da Campanha, encontra amparo no Pacto Educativo Global, lançado pelo Papa Francisco em 2020. Agindo assim é que conseguiremos desenvolver a educação com o rosto de Jesus, estendendo essa perspectiva não apenas aos cristãos, mas a todos, pois foi a todos que ele veio trazer vida em abundância.

Não podemos esquecer que a educação envolve cada vez mais um cuidado com a Criação, com a casa comum. É impossível insistirmos em manter uma economia que visa apenas a exploração dos recursos de forma irresponsável e que proporciona apenas a um grupo as riquezas dos bens da natureza que Deus criou para todos. Precisamos ensinar o consumo consciente dos recursos naturais e sua justa distribuição, a difusão de uma ecologia integral que nos ajude a construir uma sociedade mais condizente com o projeto de Deus para nós.

Traduzir em atitudes a pedagogia de Jesus implica um trabalho árduo e feito em conjunto: família, escola, Igreja e sociedade como um todo. Como diz o provérbio africano, “é preciso uma aldeia inteira para educar uma criança”, e sem dúvida estas são palavras que condizem com o sentido de fraternidade. Que esta Quaresma nos faça resgatar nossa consciência cristã e o verdadeiro sentido de sermos irmãos, com um mesmo Pai e com o mesmo desejo de vida e paz para todos.