Vivamos a Quaresma, pois só temos o hoje!
Mais um período quaresmal se iniciou e, para muitos, talvez nada de fato seja diferente do que o cotidiano traz. Será? Recordo agora as palavras de um grande sacerdote em períodos como este, em que a Igreja nos chama a parar, avaliar nossas atitudes e dar início a uma verdadeira conversão: quantos de nós vivemos dez, quinze, vinte ou mais Quaresmas sem que nada tenha de fato mudado?
O calendário litúrgico nos traz estes quarenta dias como preparação para bem vivermos a Páscoa. Enquanto alguns buscam fielmente a prática do jejum, da oração e da caridade sugerida como caminho para a conversão, há também os que veem isso como algo desnecessário ou até ultrapassado. Fomos nos acostumando a dar vez às nossas próprias vontades e deixar de lado a escuta à voz de Deus que fala em nossa vida.
Na verdade, a proximidade com o Senhor é algo que devemos buscar sempre, não apenas na Quaresma. Nossa alma anseia por Ele assim como a terra seca anseia por água. Mas os apelos do mundo gritam mais forte. Daí a importância de fazer silêncio e buscar na oração a força necessária para essa conversão. Como nos diz Santo Afonso de Ligório, precisamos nos convencer de que da oração depende nossa mudança de vida e a vitória contra as tentações.
Fazer tal escuta nem sempre é fácil, exige uma luta contínua, diária. Santa Teresa do Menino Jesus nos ensina que devemos amar Deus como quem só tem o hoje, e isso é verdade. Cada diz tem seus desafios e suas graças. Abramo-nos à vontade do Senhor. Uma Quaresma nunca é igual à outra, pois não somos os mesmos. Só o amor de Deus é o mesmo sempre, tão grande que dá a vida de seu Filho Jesus por nós. Abramo-nos a esse amor e à vitória que com Ele e só por Ele alcançaremos na Páscoa!
São muitos os apelos para que atendamos às nossas próprias vontades e esqueçamos que há em nós uma necessidade maior, a necessidade de Deus.